Daniel esteve no programa “Cabeceira”, promovido pela TV Assembleia Ceará e apresentado por Rosanni Guerra, falando sobre o livro “Os Mundos de Liz”, sua carreira e trabalhos! Confere no vídeo a seguir:
Daniel esteve no programa “Cabeceira”, promovido pela TV Assembleia Ceará e apresentado por Rosanni Guerra, falando sobre o livro “Os Mundos de Liz”, sua carreira e trabalhos! Confere no vídeo a seguir:
Quando pensamos na arte enquanto profissionais desta e nos dedicamos tal qual, o pagamento – o valor do suor e do estudo e do tempo gasto para isso – se torna uma necessidade natural. No entanto, muitas vezes a procura ou expectativa desse pagamento nos distancia do nosso objetivo em fazer arte.
É comum ver o artista como um ser solitário, preso num instante de inspiração, numa busca enorme pela obra: pelo produto – para que esse possa ser visto, reconhecido, respeitado e validado, por vezes, é medido por seu valor financeiro.
Mas arte é mais que isso. Arte pode ser algo completamente inestimável, porque arte não é (só) o resultado, mas a experiência de fazê-la. Mais que isso, é importante lembrar que quando a obra artística atinge outro ela deixa de ser uma experiência só do artista pra ser algo assimilado e reinterpretado pelo público, tornando-se, assim, algo coletivo.
Ora, e não pode ser ela uma obra coletiva desde sua concepção, passando por sua feitura até sua apreciação? Não poderia ser a arte, na verdade, não o produto de algo, mas a vivência de muitos, juntos por um objetivo em comum, trocando conhecimentos, culturas, pensamentos e ideias para criar algo que é um amálgama de tudo isso e será apreciado por outros, mas que, principalmente, os uniu ali?
Nesses tempos em que vozes podem ser silenciadas, pessoas invisibilizadas, guilhotinas afiadas, acreditamos que poderia a arte ser mais que um produto a ser apreciado na sala como identificação de um status econômico, mas a aproximação de várias vozes, mentes e sentimentos vivendo a experiência de se conectar e compartilhar suas vidas umas com as outras e com o mundo. A arte pode ser mais que apreciação, ela pode ser reconhecimento e familiariadade, comunicação, humildade, compaixão e fraternidade.
O produto da arte é perecível. Ele pode ser destruído pelo tempo, consumido pelo fogo, levado pelo vento, inundado pelas chuvas – mas a experiência de sua concepção é eterna, é profunda, é universal e humana, porque a arte serve aos sentimentos e ao reconhecimento de nós mesmos e dos outros.
Assim, repetindo as palavras de Neil Gaiman e que nos serve de mote em muitas situações: (Hoje, mais do que nunca) Façamos boa arte (juntos).
Quando você precisa de referências para desenhar, pra onde você vai? Hoje a internet nos permite uma infinidade de opções: deviantart, pinterest, o próprio Instagram. Mas, você tem feito desenhos de observação? Desenhar usando ferramentas digitais é muito bom e prático – principalmente por conta do tempo que se ganha -, mas nada substitui a interpretação do desenho através do próprio olhar do desenhista.
Tomar uma referência através de uma foto – do próprio desenhista ou de outro – é captar o instante da “lente”, um momento fixo imutável (ou imortalizado) pelo olhar filtrado do fotógrafo. Apesar de ser algo interessante sim ao desenhista, quando este aplica seu próprio olhar sem as “camadas” do maquinário fotográfico, ou dos pixels, bits e bytes eletrônicos, ele está dando uma impressão direta da realidade através de seu próprio olhar, dessa vez num instante identitário do artista – impossível de ser apreendido novamente, mesmo que aquele momento venha a ser replicado.
Além disso, o desenho de observação é importante para a prática do desenho em si. Ele treina a maneira do desenhista em perceber o real e reinterpretá-lo em suas linhas e traços. Além de manter o contato do desenhista por uma prática mais livre, descompromissada e instintiva, tomando sempre o cuidado no olhar.
Aproveite seu tempo livre… e mãos à obra!
Alex Coi tem um canal no YouTube e nesse vídeo ele tanto fala sobre desenho de observação quanto mostra seus sketchbooks. Confiram no play!
É muito comum se falar na liberdade da arte, de que esta não deve ser contida, diminuída ou censurada. Realmente, a arte, enquanto expressão do ser, precisa de amplitude para existir – por essa lógica, então, aos artistas, como veículos humanos dessa linguagem, toda a liberdade. No entanto, acreditamos que é preciso entender que tal liberdade não deve ser isenta de responsabilidades.
A arte é, antes de tudo, uma comunicação: o artista transmite uma ideia, a qual será reinterpretada por aqueles que a recebem. Uma das definidoras qualidades da arte é que tal mensagem pode gerar inúmeras interpretações, podendo ser alterada e ressignificada através do tempo, local, cultura, indivíduo ou da soma de todas essas características. Por isso que achamos importante sempre considerar como sua arte pode ser recebida: ela ofende/inferioriza/invisibiliza alguém, grupo, etnia, gênero, classe? Ela reforça/multiplica/justifica ações/conceitos de cunho violento/opressor/preconceituoso? Entre outras questões.
É importante que a arte traga questionamentos, mas é preciso reconhecer quando ela é questionável. Apresentar ideias que estimulem o debate da realidade vigente é uma das mais nobres e tradicionais funções da arte, mas utilizar a mesma para reforçar argumentos historicamente reconhecidos como opressores, justificando, através de sua liberdade de expressão, a impossibilidade de debate e forçando a uma aceitação incontestável parecem contradizer, inclusive, a natureza libertária do fazer artístico.
Por mais que uma vez publicada a obra esteja nas mãos de seus consumidores para formar novos significados, todo produtor deveria tomar responsabilidade no enunciado lançado, acrescentando sua própria voz ao debate iniciado por seu trabalho, bem como reconhecendo que algo dito em um determinado ponto de sua carreira pode ser revisto por ele mesmo em um outro, levando-o a reconhecer aquelas expressões como um passo de sua pessoal jornada de maturidade como artista e como ser humano.
Não é de nenhum interesse que nós, produtores de arte, sejamos silenciados. Mas igualmente não deveríamos querer que nossas obras sejam canalizadores de discursos de ódio – pelo contrário, esperamos que tudo o que produzimos possa levar ao debate pacífico e saudável, reconhecendo quando falhamos em nossos ofícios, mas estando sempre abertos a aprender com contestações, críticas e elogios.
Toda vida à arte!
Artista, designer, e editora de arte da revista The New Yorker, Françoise Mouly é uma das mais importantes figuras do mercado editorial e uma das mais representativas vozes (junto com seu marido, Art Spielgeman) que ajudaram a elevar as histórias e os artistas de quadrinhos para o local de importância em que estão hoje em nossa cultura. Nessa sua curta fala para o evento TED: Talks, a profissional aborda a importância da expressão artística como catalisadora das mudanças sociais e como contestadoras da realidade usando as capas da The New Yorker como exemplo. O vídeo está em inglês, mas as legendas em português podem ser ativadas. Confiram!
Existe uma grande opinião – muitas vezes reforçada por filmes e livros – de que para criar arte é preciso ser naturalmente “desorganizado”, pois essa seria uma forma de se estar em contato com seu lado mais “subjetivo”, mais “expressivo”. Assim, lidar com tabelas, regras, horários programados, prazos seria como “matar” a liberdade de pensamento artístico. Apesar de ser muito sedutor colocar as coisas dessa forma, para muitos produtores – e uma parcela considerável do mercado – não é muito vantajoso trabalhar nessas condições.
Esperando desmistificar o pensamento “opressor” da organização, acreditamos que montar uma disciplina de horário contribui não somente para a produção em si, mas para o encaixe dela com outros elementos, como família, amigos, atividades físicas, e nos permite uma visão mais elaborada apontando para os objetivos que desejamos alcançar.
É importante considerar que a organização e a disciplina não são “prisões” do ego artístico, mas “ferramentas” de melhor direcionamento e aprimoramento deste. Além disso, mais do que subjetividade ou expressivismo, acreditamos que o maior motor de um artista é sua paixão pela produção e, para isso, não existem amarras reais ou mentais suficientes.
Então, monte seu horário e comece a produzir!
Baseado no livro A Mágica da Arrumação, o perfil Ilustradamente resumiu as ideias trazidas por Marie Kondo sobre a arrumação e o impacto dela em nossa vida. Vale a conferida.
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