Feriado de Nossa Senhora da Aparecida!

outubro 11, 2019


Olá, desenhistas!

Amanhã será dia de Nossa Senhora Aparecida, por conta disso, o Estúdio Daniel Brandão estará #FECHADO.

Aproveitem o dia para descanso, contemplação, desenhos e não deixem de comparecer ao Bleecker Café, às 18h, para mais um lançamento de #OsMundosDeLiz com a presença de Daniel Brandão!

Até a próxima história!

Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

A Beleza do Aprender

outubro 02, 2019


O aluno aparece com o caderno todo rabiscado. Linhas e mais linhas sobrepostas por formas que variam entre traços mais rápidos e outros mais cuidadosos, riscos finos e grossos, refinados e charmosos ou apressados e nervosos – seu olhar empolgado, passando por entre os próprios grafites no papel, reverbera o impacto da nova descoberta em seu coração: as mil possibilidades misteriosamente guardadas no lápis utilizado até então somente para fazer as provas do colégio.

Uma jovem se aproxima com empolgação, enquanto a aquarelista dança o pincel no papel levemente amarelado, a tinta aguada se espalha pela superfície, mas harmoniosamente segue o caminho criado pela artista, enquanto sua aprendiz encanta-se com a revelação, prestando atenção nos movimentos sincronizados do pulso, punho e dedos de sua mestra, surpreendendo-se ao perceber que todo seu corpo está dedicado ao baile da tinta no papel.

Com sua visão lenta, o velho autor relê os escritos da jovem escritora. Não consegue conter, pela segunda vez, as lágrimas que correm por sua face – escolhas narrativas tão simples e discretas numa trama tão empolgante que ele abandona a análise e se mantém no desejo de simplesmente deixar aquela história seguir. Sente-se em seus primeiros anos de leitor, quando a magia da literatura o fisgara de vez.

Por vezes chegamos em pontos em nossas vidas que são marcos de vitórias, os quais podem nos trazer contemplação, calma ou mesmo novas responsabilidades – e são sentimentos maravilhosos – mas a paixão, a empolgante surpresa, a agradável perplexidade, as sensações que nos fazem perceber que algo foi acionado dentro de nós e que começamos a dar os passos que nos elevam, que nos evoluem… são coisas guardadas durante o processo de aprendizagem – e ele não tem fim, perdura por nossa vida e além, porque, quando aprendemos, tomamos conta de algo, de um mistério tal a chama roubada de Prometeu, e esperamos dividi-la com nossos iguais, elevando a bela pira do Conhecimento para além dos céus.

E você, artista, qual aprendizado eleva o fogo de suas paixões hoje?

Texto de Luís Carlos Sousa.

Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

A Arte como Presente

setembro 25, 2019


É muito importante quando fazemos arte por nós mesmos – fazer por si é encontrar um pouco de si, um tipo de filosofia que reforçamos em vários momentos em nosso blog – mas… fazer pelos outros é ruim? Não mesmo, e pode ser mais engrandecedor e formador do que imaginamos.

Estamos acostumados a ver o trabalho de arte como “à parte”, “alienígena”, um hobby, um passatempo. Ele é respeitado quando está em pedestais nas galerias ou atravessando diferentes mídias ou alavancando vendas. Por sua vez, e independente disso, o trabalho de arte sempre é apreciado – e isso acontece porque arte é necessário ao ser humano: não importa em que nível, grau ou quantidade, todos somos de alguma maneira tocados pela arte e consumidores dela. Pinturas em paredes de cavernas, representações em pedra ou madeira, catedrais e templos, adornos em nossas roupas, desenhos em nosso corpo… a arte acompanha a história do homo sapiens tanto quanto a necessidade de comer ou a busca por um espaço para viver – e com funções bem específicas: a arte manifesta nossa identidade como pessoas únicas, mas também como povo, como coletivo.

O artista produz pra si, mas também para o outros, para sua comunidade. No entanto, costumamos dar o foco dessa produção ao artista: na convivência dele com seu mundo pessoal, sua ostra de produção, enquanto ele não se distancia tanto assim de outros: porque ele faz parte de um grupo e serve de alguma forma a este.

Em outros tempos e culturas, artistas eram essenciais – menestreis, bardos, bobos, pintores ou artesãos não pertenciam a castas retiradas da sociedade, em palcos exclusivos, mas viviam inseridos nessas comunidades, como ativos importantes delas, com funções que iam além do entreter, mas representar, marcar e significar, criando pontes entre as pessoas, ouvindo-as, reinterpretando suas palavras, criando diálogos com suas artes que extrapolavam a corriqueira apreciação: chamavam ao reconhecimento, encontravam vozes mudas e davam-lhes formas, levando os diálogos dos almoços e das tavernas para o lado de fora e ultrapassavam fronteiras, ganhavam espaços.

A humildade do artista está em reconhecer o quão nobre é sua profissão, mesmo quando o mundo não percebe. Como um monarca de cargo vitalício, ele vê além do que muitos veem, expressa o que muitos sentem, e por sua arte une todos os de seu círculo – bem como, tal qual o mesmo monarca, ele deve entender que é servidor de seu povo, por mais que sua arte também seja sua vida e que o primeiro engajamento que deve ter é consigo mesmo.

A arte é um presente. É para o artista que, através dela, encontra-se, e é para quem é tocado por ela, pois por ela, reconhece-se.

Texto de Luís Carlos Sousa.

Publicado por Daniel Brandão

O Estúdio Daniel Brandão produz quadrinhos, ilustrações, criações de personagens e mascotes. Aqui também são oferecidos cursos de Desenho, HQ, Desenho Avançado e Mangá, além de aulas particulares.

A Espiritualidade da Arte

setembro 18, 2019


Quando Jesus decidiu ensinar aos gentios sobre como eles poderiam viver e praticar o “amor”, ele se utilizou da arte da narrativa, e marcou a história da humanidade com suas lindas parábolas.

Aos gregos, a arte dramática servia mais do que entretenimento, era através de seus teatros que as regras sociais eram mostradas, os ensinamentos às gentes disseminados e as vozes dos deuses ouvidas.

Ora, não é na arte cantada que tantas crenças comungam com suas entidades espirituais? Não é na arte esculpida que os símbolos dividem lugar com velas, incensos e orações? Não são as artes dançadas e fantasias dos festivais em que nos misturamos nos mundos do além-vida ou no salão de nossas deusas e deuses? Não foi através da arte caligráfica que os orientais meditaram e reinterpretaram os espíritos de seus antepassados, suas histórias, e aquilo que clamavam como chamados de suas almas?

Expressar-se pela Arte é, de certa forma, ver através do véu do sobrenatural: é visitar o “mundo das ideias” de Platão, conhecer o mundo invisível das entidades onipresentes ou os conceitos em estado “bruto”, porque a Arte nos eleva motivada por uma vontade quase instintiva, enriquece nossos espíritos, aproxima nossos iguais, compartilha – de forma simples e complexas – nossas opiniões, experiências, credos, vidas.

De maneira ousada, a Arte (em sua diversidade) é o caminho natural (e meditativo) ao espiritual, ao cósmico, é nosso ato ecumênico com o “todo”, mas, principalmente, com os deuses e universos que habitam dentro de nós.

Texto de Luís Carlos Sousa

Publicado por Daniel Brandão

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A Geografia da Arte

setembro 11, 2019


Will Eisner, em seu livro de entrevista, Shop Talk, fala brevemente sobre sua teoria de que é possível se reconhecer de onde veio determinado artista somente pelo seu traço. Quando levamos esse pensamento para os comics americanos, que absorvem artistas do mundo todo, parece uma afirmação um tanto quanto imprecisa, tendo em vista que o mercado (em teoria) se pauta bastante no “estilo” e na proximidade que o desenho se mantém com tal estrutura. No entanto, muitos editores e pessoas do meio percebem quando um artista não é americano, por mais que se utilize de elementos que demarcam bem os comics ou mesmo que repliquem outro artista considerado demarcador de uma época.

A identidade artística passa por uma compreensão do “eu” que também envolve o reconhecimento de seu lugar no mundo, de seu pertencimento geográfico. Por exemplo, por mais que hoje o mundo inteiro o replique, o mangá é um estilo que nasceu no Japão, assim, mesmo os profissionais de outros países que o adotam raramente guardam “a aura” de um mangá nascido naquele país: há sempre uma linha, um traço, um requadro que, aos instintos mais aguçados, denunciam de que aquele mangaká não é “japonês”.

Indo mais longe, os nativos americanos possuem uma arte rica que os diferencia enquanto povos, tribos, personas – elas reunidas, no entanto, trazem uma identidade que aproxima enquanto povo, distanciando-os, por exemplo, da produção europeia, e isso se dá (talvez) por suas realidades geográficas serem também mais próximas, mais alinhadas entre si.

A geografia da arte possui certo caráter instintivo. É algo que se entranha em nossa identidade de artistas além de qualquer análise ou estruturalização, nascendo na percepção que temos acerca de nossa origem, de nosso berço, e se esconde em nossos estudos, nas nossas habilidades, como uma fina “cola” que junta estilo, individualidade e técnica.

E você, artista, quantos dos ares de sua cidade, das areias de suas ruas, do cimento de suas casas se misturam às suas tintas, grafites ou pincéis?

Texto de Luís Carlos Sousa.

Publicado por Daniel Brandão

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