História: Matt Fraction
Desenhos: Gabriel Bá
Cores: Cris Peter
Editora Panini
Casanova – Luxuria (assim mesmo, sem acento) é uma obra que pode ser analisada sob três aspectos. Começarei pela arte de Gabriel Bá. Definitivamente não está à altura de sua melhor obra: Daytripper. Porém é bonita e competente. A narrativa é boa quando possível. Vocês entenderão melhor quando eu falar sobre o texto. O estilo dele é maduro e consistente, com claras referências de Mike Mignola e Laerte (a quem ele dedica o livro). As páginas são bem compostas e os personagens têm um visual bem criativo e interessante.
As cores da Cris Peter são lindas! Ao ler os extras fica claro o trabalho em conjunto com o Gabriel Bá, que ajudou nas orientações e na linda paleta de 45 cores usadas em toda a obra. Com esse competente trabalho em conjunto, as cores casam perfeitamente com a arte de Bá. Ajudam na compreensão de muitas cenas, além de contribuir na ambientação da narrativa. Em muitos momentos, as cores ajudam a ampliar a emoção dos personagens e da ação.
Contudo, o ponto negativo deste livro é o texto do famoso e premiado Matt Fraction. Confuso, pretensioso e caótico (no mal sentido). Muitas vezes foi difícil persistir na leitura e seguir em frente. As mudanças de dimensões, os inúmeros personagens, as explicações esdrúxulas (quando havia alguma explicação), as realidades paralelas e outras insanidades obscuras prejudicaram e muito a fluidez da leitura e a qualidade da narrativa de Gabriel Bá.
A curta história bônus desenhada lindamente por Fábio Moon não chega a salvar o livro, mas não deixa de ser mais um ponto positivo.
Se você comprou e gostou de Daytripper, não perca seu tempo e dinheiro com Casanova – Luxuria.