Feliz 2020, Artistas!
O Estúdio Daniel Brandão retorna de seu recesso com todas as baterias recarregadas!
Funcionamento regular para atendimento e matrículas hoje (02/01) e amanhã (03/01), das 14h às 18h!
Lembrando que ainda temos vagas para as #OficinasDeFérias de janeiro de 2020 e para as novas turmas que iniciarão em fevereiro!
Vem desenhar sua história no Estúdio Daniel Brandão!
Boas Festas, Artistas!
O Estúdio Daniel Brandão retira um tempo para se unir aos familiares, amigos e para descansar um pouco. Por isso, anunciamos nosso período de recesso.
Encerramos as atividades de 2019 dia 20, e retornamos com força total em 2 de janeiro de 2020!
Aproveitem as festas para se divertirem com suas artes, mas afiem os lápis, limpem os pincéis e reúnam seus cadernos de desenho para as #OficinasDeFérias de janeiro de 2020 e para as novas turmas que iniciarão em fevereiro!
Em 2020, vem desenhar sua história do Estúdio Daniel Brandão!
As histórias em quadrinhos são a minha forma de arte predileta. A linguagem que eu mais admiro. A mídia que mais consumo.
Os quadrinhos são uma forma de comunicação que não deve a nenhuma outra. O entrelaçamento de palavras e imagens justapostas numa narrativa geram uma linguagem própria, única e fascinante. Portanto, não há motivo algum para os quadrinhos sofrerem um complexo de inferioridade. Por isso, precisamos colocar alguns pontos nos “is”.
Não precisamos chamar os quadrinhos de ARTE SEQUENCIAL para se obter respeito. Arte sequencial é um ótimo termo cunhado pelo gênio Will Eisner e se tornou um excelente sinônimo para “quadrinhos”. Porém, se chamarmos esta forma de arte como HQ, Quadrinhos, Histórias em Quadrinhos, Banda Desenhada etc. ela não perde nenhum milímetro do seu valor.
Quadrinhos não é literatura! Não confunda. Na dúvida, pergunte o seguinte: literatura é quadrinhos? Claro que não. As duas linguagens possuem características próprias e não há nenhum tipo de hierarquia entre elas. Uma não é superior a outra. São diferentes e ambas têm um potencial ilimitado.
Quadrinhos não é gênero, é linguagem. Portanto, discordo de quem pensa que quadrinhos são um gênero literário. Assim como acho um absurdo reduzir os quadrinhos ao gênero de super-heróis ou ao gênero de humor… Todos os gêneros cabem em quadrinhos. Assim como o cinema, por exemplo, os quadrinhos podem contar histórias de todos os tipos para todos os públicos possíveis. Na linguagem dos quadrinhos, podem ter obras extraordinariamente sofisticadas, como também podem ter resultados toscos.
As Histórias em Quadrinhos não são só para crianças. São também para crianças! Existem sim os quadrinhos infantis. Mas também existem histórias em quadrinhos para jovens, adultos, velhinhos etc. Podemos atingir todos os públicos com esta linguagem.
Fico irritado, portanto, quando a qualidade dos Quadrinhos são reduzidas à função de trampolim para a literatura ou para o que as pessoas consideram leituras “clássicas”. Isso pode acontecer sim e tudo bem. Muita gente começa lendo quadrinhos e em certo momento da vida migra para livros. Nada contra. Mas reduzir o valor dos quadrinhos a isso eu não concordo. O valor dos quadrinhos está em si. Existem muitos clássicos em quadrinhos. Há muita sofisticação, cultura e conhecimento dentro desta linguagem.
Não aconselho ninguém a ler só quadrinhos. Isso seria tão ruim quanto alguém que não lê nada e só assisti filmes. Seria pouco. Bom mesmo é ler quadrinhos, livros, assistir filmes, séries, documentários etc. Consumir arte e cultura de várias linguagens. Mas sem hierarquia entre elas. Sem complexos de inferioridade.
Até quem não gosta de quadrinhos os consome. Mesmo sem saber. Esta linguagem está entranhada em nosso dia a dia. Desde a pré-história. O ser humano seria incompleto sem as HQs. Precisamos respeitá-las.
Para mim, um dos sentidos de estar vivo é aprender. Adoro aprender coisas novas.
Quem diz que não gosta de estudar, na verdade é vitima de um sistema que afasta as pessoas do prazer de aprender. Infelizmente o nosso sistema de ensino nas escolas tradicionais contribui muito para afastar as pessoas do prazeroso caminho da construção do conhecimento. As pessoas são forçadas a estudar e decorar coisas que parecem não fazer sentido para a vida delas. Atribui-se o processo da aprendizagem a avaliações rígidas passíveis de punições. Além do estímulo à competição selvagem com comparações injustas entre alunos. Provas, notas, quadro de honra… tudo isso é um desserviço ao prazer de aprender.
Quando conseguimos superar essas barreiras e encontramos um caminho cujas áreas de estudo fazem sentido para nossa vida, tudo muda. Passamos a estudar com prazer e a nos encantar a cada novidade aprendida. Nos sentimos melhor a cada livro lido, a cada exercício superado, a cada resultado alcançado. É fascinante descobrir que este processo nunca cessa. O físico Marcelo Gleiser disse certa vez que o conhecimento é como uma ilha: Quanto mais você aprende, maior ela fica. Consequentemente, maior fica a praia, a fronteira com o oceano do desconhecido. Portanto, quando mais se aprende, mais há para aprender.
Porém, muitos se iludem. Há uma glamorização da ideia do estudante autodidata. Não acredito nisso. Sempre aprendemos com outros. Com um professor, com os pais, com amigos, com autores de livros etc. O aprendizado é um fenômeno social. Assim como acredito ser ilusório ter acesso a um conhecimento ou informação e achar que realmente aprendeu algo com isso. Explico melhor: ler um livro, por exemplo, não é o suficiente, na minha opinião, para se aprender algo novo. Este é apenas um passo no processo. Para o conhecimento se sedimentar, é preciso entender o que foi consumido, sistematizar as ideias sobre aquilo e ser capaz de passar para frente de forma clara o que se aprendeu.
Em outras palavras, para aprender é preciso ensinar. De que vale o conhecimento não compartilhado? O fermento do saber é espalhá-lo pelo mundo. O paradoxo do conhecimento é o seguinte: quanto mais se divide, mais ele aumenta.
Por isso, é um imenso privilégio ser professor. Sou muito grato a cada estudante que generosamente escolhe vir construir conhecimento no Estúdio Daniel Brandão.
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