Ano passado, eu vi a cena abaixo. Um pai e um filho juntos, mas separados pela tecnologia. Acho que a tecnologia não é boa ou ruim, depende do uso que fazemos dela.
Ano passado, eu vi a cena abaixo. Um pai e um filho juntos, mas separados pela tecnologia. Acho que a tecnologia não é boa ou ruim, depende do uso que fazemos dela.
Bestas Humanas
História: Cláudio Nizzi
Desenhos: V. Monti
Mythos Editora
Dois homens ricos ingleses donos de um banco têm como hobby caçar. Entediados de caçar animais, eles resolvem caçar humanos. Para legitimar esta brutalidade eles arquitetam um plano que envolve vaqueiros endividados, desesperados e inocentes. Esses coitados são levados a roubar um trem, mas tudo faz parte de uma grande farsa para que eles passem a ser foragidos da justiça e alvos dos caçadores poderosos.
Tudo daria certo se Tex Willer e Kit Carson não cruzassem o caminho desses bandidos. O grande roteirista Cláudio Nizzi leva nossos heróis a também serem alvos desses exímios caçadores em uma aventura com muita ação lindamente desenhada por Vicenzo Monti. O traço de Monti, falecido em 2002, tem nítida influência do mestre Giovanni Ticci.
Esta edição não foge das tradicionais tramas texanas, que, mesmo previsíveis, prendem o leitor de tão bem contadas que são. Além da aventura completa, essa Tex – Edição de Ouro trás matérias sobre alguns filmes de faroeste. Mais uma diversão garantida com a qualidade da assinatura da Sergio Bonelli Editore.
História: Vanessa Barbara
Desenhos: Fido Nesti
Editora Quadrinhos na Cia.
Rude Goldberg foi um inventor que criava máquinas que tornavam complexas as ações mais simples. Como fechar uma porta, por exemplo. Ao invés de simplesmente empurrá-la, Goldberg poderia criar uma engenhoca que era acionada através de uma corda que derruba um balde que espalha bolinhas que acional roldanas que acendem um fogo que queimam um barbante que derruba uma tábua que por fim fecha a porta. De certa forma, metaforicamente, o ser humano tem a tendência de complicar o simples.
Pois esse princípio da Máquina de Goldberg rege este álbum nacional da Quadrinhos na Cia. Vanessa Barbara e Fido Nesti narram uma passagem da vida do garoto gordinho punk asmático Getúlio, que sofre uma série de bullings em um acampamento de férias da escola em uma montanha. Lá ele conhece um velho estranho e solitário chamado Leopoldo, que é obcecado pelas invenções de Rude Goldberg. A partir daí, segredos são revelados e uma ambiciosa vingança é arquitetada.
O texto da Vanessa é ágil, simples e competente. Isso facilita bastante a fluidez da narrativa do desenhista Fido, dono de um traço de estilo forte e limpo. O tom monocromático verde musgo ajuda na arte e amplia a elegância estética do livro. Talvez a trama de 111 páginas seja até simples demais, previsível e com alguns clichês de filme adolescente da sessão da tarde. Porém a história consegue prender e divertir mesmo assim.
Definitivamente a Máquina de Goldberg não é uma obra prima, daquelas inesquecíveis, para figurar na estante dos seus livros inesquecíveis. Mas vale a leitura, os momentos de diversão e de apreciação de uma bela arte.
QUASE NADA – "Blog do Fábio Moon e do Gabriel Bá" (http://10paezinhos.blog.uol.com.br/)
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS – "Homem-Aranha em destaque" (http://www.universohq.com/quadrinhos/2013/n15012013_01.cfm)
EXPLORADORES DO DESCONHECIDO – "Tem capítulo novo no blog dos Exploradores do Desconhecido, a mais famosa webcomics brasileira de FC" (http://www.exploradoresdodesconhecido.net/2013/01/operacao-salto-quantico-parte-22.html#more)
DQN2013 – "Dia do Quadrinho Nacional em Salvador-BA" (http://www.facebook.com/QuadrinhoNacional2013)
História: Matt Fraction
Desenhos: Gabriel Bá
Cores: Cris Peter
Editora Panini
Casanova – Luxuria (assim mesmo, sem acento) é uma obra que pode ser analisada sob três aspectos. Começarei pela arte de Gabriel Bá. Definitivamente não está à altura de sua melhor obra: Daytripper. Porém é bonita e competente. A narrativa é boa quando possível. Vocês entenderão melhor quando eu falar sobre o texto. O estilo dele é maduro e consistente, com claras referências de Mike Mignola e Laerte (a quem ele dedica o livro). As páginas são bem compostas e os personagens têm um visual bem criativo e interessante.
As cores da Cris Peter são lindas! Ao ler os extras fica claro o trabalho em conjunto com o Gabriel Bá, que ajudou nas orientações e na linda paleta de 45 cores usadas em toda a obra. Com esse competente trabalho em conjunto, as cores casam perfeitamente com a arte de Bá. Ajudam na compreensão de muitas cenas, além de contribuir na ambientação da narrativa. Em muitos momentos, as cores ajudam a ampliar a emoção dos personagens e da ação.
Contudo, o ponto negativo deste livro é o texto do famoso e premiado Matt Fraction. Confuso, pretensioso e caótico (no mal sentido). Muitas vezes foi difícil persistir na leitura e seguir em frente. As mudanças de dimensões, os inúmeros personagens, as explicações esdrúxulas (quando havia alguma explicação), as realidades paralelas e outras insanidades obscuras prejudicaram e muito a fluidez da leitura e a qualidade da narrativa de Gabriel Bá.
A curta história bônus desenhada lindamente por Fábio Moon não chega a salvar o livro, mas não deixa de ser mais um ponto positivo.
Se você comprou e gostou de Daytripper, não perca seu tempo e dinheiro com Casanova – Luxuria.
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