Quando da primeira vez que tive de criar uma piada para o Capitão Rapadura – em uma tirinha com os desenhos do impressionante Cristiano Lopes – lembro de ficar em pânico por não saber ao certo como me utilizar do humor.
Eu, sempre fã de histórias de aventura e ação, em que o humor heroico da personagem protagonista estava dentro de um contexto que havia sido construído em páginas/cenas posteriores ou era um desdém à figura vilânica antagônica, me vi incerto sobre como inserir tudo isso (ou não) nos até três quadros de tiras.
Como não poderia deixar de ser, corri à pesquisa dos “mestres” do humor: Charles Chaplin, Chico Anysio, Chuck Jones, Laerte… e pude ver que o humor tinha mais faces e formas de leitura que eu sequer imaginava, bem como, ao mesmo tempo que ele era poderoso e transformador, também podia ser cruel e opressor e ambas as manifestações eram discretas e poderosas.
Ainda seguindo em minhas pesquisas, encontrei uma frase do ácido e irônico Barão de Itararé acerca do senso de humor “… é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse a você”. Lida com descuidado, a sentença dá suporte ao humorista da injustiça: aquele que ao ver a situação difícil e desesperadora do outro cria uma “piada” que faz pouco caso, moldando um riso fácil e tirano àqueles que vivem em privilégios sobre a ridicularização dos desfavorecidos. Algo que, com certeza, não cabia ao bom Capitão, combatente contra preconceitos e herói do povo.
Temi que, de alguma forma, eu pudesse – consciente ou não – me utilizar desse artifício e procurei por um outro tipo de humor, mais acolhedor e/ou inteligente, e que fizesse as pessoas pensarem. Nesse instante conheci um outro tipo de humorista, o engajado, aquele que usa o riso para denunciar situações de injustiça e opressão – como o próprio Rapadura fez em seu começo de carreira e quando Henfil dava vida a Graúna. Aqui, um humorista inquieto de pensamento rápido e frases precisas – talvez um objetivo a alcançar e que servia com maestria ao Rapadura, mas que à época ainda distante da minha qualidade de escritor.
Então, de forma leve e despretensiosa, reconheci um outro tipo de humorista, aquele que senta à mesa com você, retirando do dia a dia a piada que alivia a rotina, mostrando que as coisas pequenas não devem se tornar torturantes pedras que vão pesando ao coração, mas devem ser fragmentadas com uma simplicidade tão pueril quanto infantil.
Vesti então o chapéu do humorista do cotidiano, cujo maior objetivo, acredito, é lembrar a criança que vive em cada um de nós e, com isso, reiterar o significado (forte e cômico) daquilo que chamamos de presente.
OFICINAS DE FÉRIAS PARA CRIANÇAS: JANEIRO DE 2020
EXPLOSÃO MANGÁ!
Em janeiro retomamos nossas Oficinas de Férias para Crianças e dessa vez não uma, mas DUAS turmas de mangá! Professoras Rizzya Sacha e Elisa Gadelha trazem a magia do desenho japonês para nossos alunos em duas semanas de muito desenho!
TURMA DE FÉRIAS DE MANGÁ 1
de 13 a 17 de janeiro, das 15h às 17h.
Investimento: R$ 300.
TURMA DE FÉRIAS DE MANGÁ 2
de 20 a 24 de janeiro, das 15h às 17h.
Investimento: R$ 300.
Inscreva-se hoje por e-mail: estudiodanielbrandao@gmail.com ou em nossa sede (Torre Empresarial Del Paseo, sala 817). Informações pelo fone: (85) 3264.0051
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