Para mim, um dos sentidos de estar vivo é aprender. Adoro aprender coisas novas.
Quem diz que não gosta de estudar, na verdade é vitima de um sistema que afasta as pessoas do prazer de aprender. Infelizmente o nosso sistema de ensino nas escolas tradicionais contribui muito para afastar as pessoas do prazeroso caminho da construção do conhecimento. As pessoas são forçadas a estudar e decorar coisas que parecem não fazer sentido para a vida delas. Atribui-se o processo da aprendizagem a avaliações rígidas passíveis de punições. Além do estímulo à competição selvagem com comparações injustas entre alunos. Provas, notas, quadro de honra… tudo isso é um desserviço ao prazer de aprender.
Quando conseguimos superar essas barreiras e encontramos um caminho cujas áreas de estudo fazem sentido para nossa vida, tudo muda. Passamos a estudar com prazer e a nos encantar a cada novidade aprendida. Nos sentimos melhor a cada livro lido, a cada exercício superado, a cada resultado alcançado. É fascinante descobrir que este processo nunca cessa. O físico Marcelo Gleiser disse certa vez que o conhecimento é como uma ilha: Quanto mais você aprende, maior ela fica. Consequentemente, maior fica a praia, a fronteira com o oceano do desconhecido. Portanto, quando mais se aprende, mais há para aprender.
Porém, muitos se iludem. Há uma glamorização da ideia do estudante autodidata. Não acredito nisso. Sempre aprendemos com outros. Com um professor, com os pais, com amigos, com autores de livros etc. O aprendizado é um fenômeno social. Assim como acredito ser ilusório ter acesso a um conhecimento ou informação e achar que realmente aprendeu algo com isso. Explico melhor: ler um livro, por exemplo, não é o suficiente, na minha opinião, para se aprender algo novo. Este é apenas um passo no processo. Para o conhecimento se sedimentar, é preciso entender o que foi consumido, sistematizar as ideias sobre aquilo e ser capaz de passar para frente de forma clara o que se aprendeu.
Em outras palavras, para aprender é preciso ensinar. De que vale o conhecimento não compartilhado? O fermento do saber é espalhá-lo pelo mundo. O paradoxo do conhecimento é o seguinte: quanto mais se divide, mais ele aumenta.
Por isso, é um imenso privilégio ser professor. Sou muito grato a cada estudante que generosamente escolhe vir construir conhecimento no Estúdio Daniel Brandão.
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