Como quadrinista, eu não resisto a observar os lugares que viajo e as pessoas que cruzo, sempre em busca de novas histórias. Muitas vezes prefiro desenhar à fotografar. E quando fotografo, na maior parte das vezes, o faço com a intenção de desenhar depois. Busco o que não é comum e sempre liberto minha imaginação a partir de várias questões.
Nestas férias de julho minha família escolheu passar uns dias em Jericoacoara, onde até o mar para e medita.
Para os turistas, aquelas águas cristalinas servem para lavar a alma. Mas elas também representam a esperança de famílias que torcem para que a rede retirada ao nascer do sol lhes traga o alimento daquele dia. Cruzar com essas pessoas nas caminhadas matutinas me fez olhar para aquele mar com maior devoção.
Tive que registrar os altos coqueiros do vilarejo, não só por conta de sua beleza, mas também por ter flagrado a coragem de um local que escalou até o topo de um dos mais compridos para retirar cocos com golpes de facão sem proteção alguma. Será que o que ele vai ganhar com esses cocos valem o risco de vida?
Neste paraíso de Babel, tem gente do mundo todo. Aqueles que são turistas estão ali por motivos óbvios, mas me intriga pensar o que leva um casal do norte da Itália, por exemplo, a largar tudo para montar uma pousada em Jeri. Quantas histórias não estão escondidas nesta trajetória?
O mar de Jericoacoara é tão mágico que é nele que o sol escolhe se pôr. E no fim da tarde, em um ritual quase religioso toda a população do local peregrina até a duna principal para reverenciar este momento. E no instante que o sol se esconde atrás da linha do horizonte, brasileiros, japoneses, americanos, alemães e italianos falam a língua universal do aplauso. Um momento catártico e sublime. Quando casais se beijam, grupos cantam, amigos se abraçam e todos sentem algo especial.
Tentei registrar as sutilezas destes momentos com pincel e nanquim. Mesmo sabendo que não seria possível…
MINI BIO E CONTATOS
DanielBrandão
Gosto de desenhar desde que me entendo por gente. Pintei quadros com minha avó quando eu era criança e criei meus primeiros heróis e quadrinhos a partir dos 9 anos.
Quando já estava na faculdade, descobri a Oficina de Quadrinhos da UFC (Universidade Federal do Ceará) e lá eu tive uma visão do meu futuro. A partir de então decidi trabalhar com ilustração e quadrinhos.
Para isso, estudei bastante. Eu me formei em Comunicação Social pela UFC e cursei a Joe Kubert School of Cartooning and Graphic Arts, em Nova Jersei (EUA).
Desde 1996 eu trabalho como quadrinista, ilustrador, arte-educador e empresário. Já ganhei três prêmios HQ Mix pela publicação Manicomics e trabalhei com diversas editoras, revistas, personagens e empresas nacionais e internacionais, tais como DC Comics, Marvel, Dark Horse, Abril e Maurício de Sousa Produções.
Em 2016 ganhei o prêmio Al Rio como destaque local. Fui coordenador de conteúdo do curso de quadrinhos do projeto HQ Ceará e organizador da Antologia HQ pela Fundação Demócrito Rocha.
Sou criador dos personagens Liz, Sebastião e Cariawara. Atualmente possuo um estúdio próprio em Fortaleza, Ceará (Estúdio Daniel Brandão) onde ofereço cursos de desenho, quadrinhos e mangá.
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