Tudo começa com uma ideia. E desde o momento que eu recebi o convite para fazer uma nova história do CAPITÃO RAPADURA, eu comecei a correr atrás dela. Nunca espero ela chegar por mágica ou inspiração.
Com a ideia pronta, começo a desenvolvê-la. Tento responder algumas perguntas: quem, o que, quando, onde, como e por quê. Muitas vezes, essas respostas geram um argumento, ou seja, uma narrativa em prosa com o texto corrido da história. Já defino o começo, o meio e o fim.
Nesse momento de desenvolvimento de ideias entra o conhecimento de narratologia. O esquema é simples. Toda história é a história de alguém. Nosso herói começa sempre em um mundo comum e equilibrado até que algo acontece e ele é chamado para a aventura: um mundo especial, desequilibrado, cheio de conflitos e ações. Normalmente no clímax acontece outro fato importante que resolve muitas coisas e leva o nosso herói a um novo equilíbrio. Diferente do original.
Com a história pronta, preciso fazer a decupagem. Em outras palavras, preciso começar a pensar em imagens e dividir o texto em páginas e cada página em quadros. Para isso, preciso decidir as viradas de páginas. Cada página precisa terminar com uma pergunta ou um problema e não com uma solução. Dessa forma o leitor sente-se curioso para virar a página e continuar a jornada. Nesta etapa, são definidas as falas, as narrativas, os pensamentos e as descrições de cenas.
Segue abaixo um exemplo de roteiro.
ROTEIRO
Capitão Rapadura em
A RAPADURA É DOCE, MAS NÃO É MOLE NÃO
PÁGINA 01
QUADRO 01
Cena: Lado de fora da casa do Capitão Rapadura. O sol está nascendo e um galo está cantando.
Galo: COCORICÓÓÓÓ!!!
QUADRO 02
Cena: Rapadura acordando cheio de sono.
Rapadura bocejando: UÁÁÁÁ!
QUADRO 03
Cena: Rapadura andando pela casa sonolento
QUADRO 04
Cena: Na cozinha, Rapa abre a geladeira.
Rapadura pensa: Ai, meu padim Ciço…
QUADRO 05
Cena: A geladeira está vazia.
Pretendo usar essa página para em próximas edições conversarmos sobre as outras etapas de produção de uma história em quadrinhos.